INTRODUÇÃO
Alguns exilados voltam em 536 a.C.
sob o decreto de Ciro. O povo estava em um estado crítico: muita pobreza, cerca
de 50.000 pessoas sob a liderança de Zorobabel e Josué. O povo inicia a
reconstrução do Templo, mas desanima devido a vários fatores (obstáculos).
Seguem-se 12 anos de “letargia”. O Senhor anima o Seu povo por meio de Zacarias
ao anunciar um “Dia”, um tempo em que o Messias reinaria (rei e sacerdote) em
um templo restaurado, de uma cidade restaurada.
DESENVOLVIMENTO
I
- Zacarias
- “O
Senhor se lembra”
- Contemporâneo
de Ageu (520 a.C)
- Filho
de Baraquias, filho de Ido: família sacerdotal
- Objetivo
imediato: despertar os judeus para retomarem a construção do Templo
- Mensagem:
anunciar o julgamento do Senhor sobre os povos e a restauração de Israel (O
Reinado Messiânico)
II
- Visões
Deus
entrega sua mensagem a Zacarias por meio de 8 visões. Cada visão traz uma simbologia
significativa para a situação que Israel vivia naquela época, mas também para
nós, a Igreja do Senhor.
1) Visão
do homem e dos cavalos: o cuidado vigilante
de Deus. (1.14,16-17)
- O
Senhor será novamente misericordioso com Jerusalém. Deus não desistiu do Seu
povo.
2) Visão
dos quatro chifres e dos quatro ferreiros:
o julgamento de Deus, primeiro sobre Judá e depois sobre seus inimigos (1.21).
- O
Senhor é um Deus santo e “zeloso” e o Seu zelo não permite que a violação da
Sua santidade fique impune. Ele promete punir a desobediência.
3) Visão
do homem com um cordel de medir: reconstrução de uma
Jerusalém pós-exílica (2 sentidos).
- Deus
será um muro de proteção ao redor de Jerusalém (2.3-5). Essa Jerusalém atrairá
as nações: “Naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao Senhor e serão o Meu
povo...” (2.11)
4) Visão
da purificação de Josué: purificação do
pecado para fazer a obra.
- O
Senhor repreender Satanás por acusar Josué, o qual estava com as vestes sujas.
Deus manda um anjo trocar as vestes de Josué e lhe diz que se “andar nos caminhos
do Senhor e observar
(obedecer) as Suas ordenanças” terá um “lugar” na presença de Deus (3.7).
- Deus
é misericordioso. Ele nos perdoa e nos purifica, mas depende de nós o
“permanecer” na presença dEle (obediência e submissão). E Zacarias já anuncia
que, para nos purificar, Ele enviaria o Seu Servo o Renovo. Hoje todos têm a
chance de serem purificados e usados pelo Senhor para obras tão grandes quanto
a que estava nas mãos de Josué.
5) Visão
de um castiçal de ouro e lâmpadas de azeite:
o Senhor dá forças a Israel pelo Seu Espírito.
- Zorobabel,
o líder, não deveria confiar em suas próprias forças, ou em riquezas, virtudes
ou poder, mas no Espírito Santo. Mensagem bastante atual. Não podemos nos
esquecer que a obra é do Senhor.
6) A
visão do rolo voador: o desonesto será
amaldiçoado.
- O
rolo voador tinha 9m por 4,5 e representava a maldição que entraria na vida do
desonesto (aquele que furta e que jura falsamente). Essa maldição consumiria a
sua casa e tudo o que tem (“madeira e pedras”, 5.4). Como já dizia Ageu,
“tesouros de impiedade” não rendem (Ag 6.10). Reter o dízimo é “roubar do
Senhor” (Ml 3.8), é abrir as portas da casa para a maldição.
7) Visão
da mulher num efa: a santidade de Deus e remoção do pecado
(fraqueza).
- Deus
promete remover a impiedade e mandá-la para Sinar (Babilônia, à época, foco
mundial da idolatria e do pecado). Deus traria os judeus da Babilônia e o
pecado deveria ser banido de Judá, para a Babilônia, para o lugar ao qual
pertencia.
- O
Senhor se prontifica a tirar o pecado do meio do Seu povo. Uma interpretação
atual dessa mensagem pode nos levar a refletir a respeito de como temos
influenciado a obra do Senhor. A partir do momento que passamos a ser fonte de
impiedade, ameaçando o andamento da obra, escandalizando outros irmãos,
corremos o risco de sermos “cortados” da oliveira, pois a obra do Senhor não
pode ser afetada. Devemos nos examinar constantemente e buscarmos o perdão do
Senhor por meio do arrependimento sincero.
8)
Visão dos quatro carros: o controle soberano de Deus sobre toda a terra
(4 cantos)
- Deus
executará o Seu julgamento sobre todos os povos. As nações acreditam que não há
nada que possa detê-las. O capitalismo e a globalização apenas reforçaram essa
ideia de que não há limites para nada. Mas Deus é Aquele que tem o controle do
tudo e no Seu tempo executará o juízo sobre as nações. Nós, a Igreja do Senhor,
não precisamos temer como o mundo teme a cada nova ameaça mundial. Precisamos
confiar em Deus e “andar no Seu caminho” para desfrutar de Sua proteção.
III - Questão do jejum:
O
povo estava em dúvida sobre o jejum enquanto prática litúrgica. O Senhor
responde que o que Ele quer é justiça e juízo e não formalidades religiosas
vazias. O Senhor pergunta ao povo: “jejuastes vós para mim, mesmo para mim?”
(7.5). Quando cumprimos uma liturgia de forma vazia, apenas como uma
formalidade, buscamos apenas interesses pessoais (reconhecimento, justificação
pessoal, etc.). Aqui vemos a mesma mensagem trazida por Miquéias (Mq 6.8).
IV
- O
Messias:
Josué
é coroado (coroas)
como rei e sacerdote, prefigurando a vinda do Messias que reinaria como rei e
como sacerdote sobre todas as nações: não apenas uma liderança política, mas
acima de tudo, uma liderança espiritual.
V
- Mensagem
escatológica:
Zacarias profetiza anunciando que
Deus promete libertar o Seu povo e restaurá-lo em sua prosperidade enviando o
Messias. Deus promete abrir uma fonte inesgotável cujas águas purificam o
pecado e a impureza. No entanto, Zacarias já profetiza que Israel rejeitaria o
Pastor enviado por Deus. Dessa rejeição viria uma grande desolação: o povo
passaria a ser guiado por “pastores perversos” (11.5). Mas Deus promete
executar o Seus juízo sobre o “pastor inútil”: “Ai do pastor inútil, que abandona o
rebanho; a espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; o seu
braço completamente se secará (perde a força), e o seu olho direito
completamente se escurecerá (perde a ‘visão)”
(11.17).
Deus promete, ainda assim, libertar
o Seu povo novamente. Quando o Messias descer sobre o Monte das Oliveiras, eles
se lamentarão por terem traspassado o Bom Pastor. Ele restaurará a Sião
(Jerusalém) e de lá governará sobre toda a Terra (O Reinado Messiânico - o
Milênio).
“Israel estará plenamente restaurado, tanto nacional [política] quanto
espiritualmente” (Revista CPAD, p.86). “Dez gentios se
agarrarão à orla de um judeu” (8.23), ou seja, Israel será tão abençoado que os
povos desejarão participar de Suas bênçãos, como Paulo aponta em Rm 11.12: “E, se a sua queda é a riqueza do
mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude”.
CONCLUSÃO
Zacarias exortava o povo ao arrependimento
pela negligência com que trataram a tarefa de reconstruir o Templo do Senhor.
Por essa mesma mensagem, nós somos convidados a nos arrependermos pela falta de
compromisso com que lidamos com o Templo de Deus nos dias atuais tanto o templo
individual, quanto o templo corporativo. Somos convidados a nos oferecermos
para uma obra de restauração
e purificação. A força para realizar essa obra não vem
de nós mesmos, de nossa virtude ou influência, mas do Espírito Santo. Onde buscar
essa força? Na fonte de purificação que está aberta, cujo acesso só depende de
um arrependimento sincero e não de formalidades religiosas vazias de
significado.
Quando vivemos em harmonia com os
propósitos de Deus, entendemos que Ele está no controle da nossa vida e no
governo de toda a terra. Podemos nos dedicar à evangelização, nos empenhar para
algo “feito como as nossas mãos” possa ser oferecido ao Senhor quando “muitas
nações se ajuntarem a Ele” (2.11). Como profetizado por Isaías:
“E trarão todos os vossos irmãos,
dentre todas as nações, por presente ao Senhor, sobre cavalos, e em carros, e em
liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o
Senhor, como quando os filhos de Israel trazem as suas
ofertas em vasos limpos à Casa do Senhor.” (Is 66.20)
Lorena
Brandizzi
Dezembro
de 2012
REFERÊNCIAS:
Bíblia de
Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Lições
Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD
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