segunda-feira, 11 de abril de 2011

Entre o ceticismo e a esperança






O Brasil é conhecido mundialmente pelos seus três famosos dias de carnaval e pelo seu futebol premiadíssimo. Nos últimos anos, no entanto, a fama de nosso país tem se expandido para além de suas festas e de seus jogadores: a corrupção de nossos políticos chegou a um nível tão crítico que até no exterior nossos “homens de poder” se tornaram celebridades. Que temos políticos corruptos sentados no Congresso Nacional e nos “representando”, não é algo que desconheçamos e talvez nem seja algo que nos surpreenda ou indigne (não mais). O que nos causa indignação é a sensação de que a justiça nunca será feita.
Ano após ano contemplamos estupefatos esses representantes de si mesmos sendo conduzidos às mais altas cortes e voltando de lá ilesos, como se nossos tribunais fossem fontes de águas purificadoras capazes de tornar ilibada a mais reprovável conduta. A sociedade assiste, do lado de cá, toda sorte de dossiê, de operação, de CPI, com a expectativa ingênua de que tais procedimentos tenham um norte, de que em algum momento, por mais futuro que seja, o político seja penalizado por seus atos criminosos. No entanto, a impressão que temos é que as mãos da justiça estariam atadas e que na maioria das vezes, a própria legislação pertinente a cada caso possibilita interpretações múltiplas, adequadas a cada gosto.

Há, porém, um fio de esperança. Nossa expectativa frustrada encontra um amparo nos momentos em que vislumbramos um ou outro ato heróico por parte de nossos magistrados. Momentos em que a justiça se sobrepõe à politicagem renovando a esperança de uma sociedade quase às portas do ceticismo.

Por Lorena Brandizzi

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