sábado, 29 de junho de 2013

A cobiça de Acabe




Objetivos:

Expor a natureza e o objeto da cobiça de Acabe
- Compreender o processo de evolução da cobiça
- Conscientizar-se dos frutos e consequências da cobiça


INTRODUÇÃO

A cobiça de Acabe nasceu como um simples desejo e evolui para um pecado gravíssimo, que sujou as mãos de muitas pessoas
- Acabe não pode desfrutar do objeto de sua cobiça
- Deus é misericordioso e benigno, mas também é justo: há consequências que são inevitáveis
- A cobiça no meio do governo é como ferrugem.

DESENVOLVIMENTO

I - O direito à propriedade no Antigo Testamento
A terra pertencia ao Senhor (Lv 25.23): o israelita possuía apenas o direito de explorá-la, não poderia vendê-la nem passá-la ao membro de uma outra tribo (Nm 36.7)
- Não cobiçar o que é do outro (Ex 20.17)
- Não desprezar o que Deus nos concede

II - A herança de Nabote
- Acabe queria a vinha de Nabote a qualquer preço
- Nabote invocou a lei para proteger-se da cobiça de Acabe: “Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais” (I Rs 21.3).
- Nabote se recusa (a) a trocar sua terra por outra melhor do que ela ou (b) a receber dinheiro em troca dela.
- Acabe não obrigou Nabote a entregar a vinha, pois conhecia seu dever perante a lei (I Sm 10.25). Ele se entristece e deixa de comer.
- Jezabel, uma rainha pagã (de Sidom), planeja e executa um plano macabro para satisfazer a vontade de Acabe. O rei não se opôs, apesar de ciente da ilegalidade de tal ato.
- Justificativas para pecar.

III - As causas da cobiça
Acabe possuía duas residências (I Rs 18.45,46), mas não era o bastante.
- Acabe queria construir uma horta na vinha de Nabote que ficava junto ao seu palácio.
- Desejos cobiçosos: possuir, “ter” em detrimento de “ser”
- Os fins não justificam os meios. A Palavra de Deus é absoluta.

IV - O fruto da cobiça
Bola de neve: desejo > cobiça > projeto pecaminoso > execução: falso testemunho, assassinato e apropriação indevida > consequências terríveis
- Jezabel envolveu vários nobres no seu projeto pecaminoso
- Falso testemunho: Jezabel escreve uma carta acusando Nabote de blasfêmia e a sela com o anel do Rei (consentimento).
- Jezabel apregoa um jejum - usa religião para mascarar seu plano macabro (I Rs 21.9)
- Nabote e sua família são apedrejados
- O uso da Bíblia para justificar práticas pecaminosas: “lacunas”, usos fora de contexto, interpretação com base em conceitos pessoais
- Acabe se apropria da vinha.

V - Os frutos da cobiça
Apenas o profeta Elias sabia do pecado de Acabe e Jezabel. Deus o envia ao rei com uma profecia de julgamento: “(...) Porventura não mataste e tomaste a herança? (...) No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue (...)” (I Rs 21.19-20)
- Deus vê todas as coisas (Hb 4.13)
- Acabe se arrependeu e demonstrou seu arrependimento, se humilhou diante de Deus (I Rs 21.27-29).
- Deus “adiou” o seu julgamento, mas Acabe não se livrou das consequências: 
  1. Acabe morreu em guerra e os cães lamberam seu sangue (I Rs 22.1-40), 2)
  2. Jezabel morreu de uma queda da janela e os cães comeram sua carne; 
  3. seus 70 filhos foram mortos por ordem de Jeú (assim como os nobres de Samaria engendraram a morte de Nabote, os nobres de Jezreel consentiram na morte dos filhos de Acabe) (I Rs 10.7) 
- O pecado sempre tem um alto custo


CONCLUSÃO

O pecado não compensa
- Devemos medir nossas intenções com base na Palavra de Deus, o que só é possível se mantivermos o hábito da leitura, meditação e prática da Palavra.
- Nossa satisfação deve estar em Deus e não em projetos pessoais
- Não devemos dar ouvidos a conselhos de pessoas que não estão sob a luz da Palavra de Deus

“Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7.21-23)

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10)

Lorena Brandizzi
Fevereiro de 2013

Fontes:
Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD


Anexo
Como o pecado nasce, cresce e se desenvolve

“Há seis coisas que o Senhor odeia, e sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina planos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” (Pv 6.16-19)


Deus não nos ouve quando “acalentamos” o pecado no coração (Sl 66.18). E, além disso, o pecado acalentado pode gerar frutos malignos. As piores atitudes começam no coração, como intentos, intenções (Mc 7.21-23). Como uma semente plantada, a intenção gera o pecado em nosso coração. 
O pecado tem uma sequência que começa no coração (intenção, desejo), vai para a mente (onde é maquinado o plano de execução do pecado), passa para os pés (que encaminham a pessoa para a execução dos planos; representam o caminho até o pecado) até que chegam às mãos (que executam o mal; representam o “agir”, o cometer o pecado em si). 
Tente evitar a intenção no coração. Se não der, tente evitar o planejamento na mente. Se já planejou, detenha seus pés, não caminhe para o mal. Se chegou no destino, detenha suas mãos, se arrependa e não execute o pecado.

Lorena Brandizzi

ZACARIAS - O REINADO MESSIÂNICO





INTRODUÇÃO

            Alguns exilados voltam em 536 a.C. sob o decreto de Ciro. O povo estava em um estado crítico: muita pobreza, cerca de 50.000 pessoas sob a liderança de Zorobabel e Josué. O povo inicia a reconstrução do Templo, mas desanima devido a vários fatores (obstáculos). Seguem-se 12 anos de “letargia”. O Senhor anima o Seu povo por meio de Zacarias ao anunciar um “Dia”, um tempo em que o Messias reinaria (rei e sacerdote) em um templo restaurado, de uma cidade restaurada.

DESENVOLVIMENTO

I - Zacarias
-  “O Senhor se lembra”
-  Contemporâneo de Ageu (520 a.C)
-  Filho de Baraquias, filho de Ido: família sacerdotal
-  Objetivo imediato: despertar os judeus para retomarem a construção do Templo
-  Mensagem: anunciar o julgamento do Senhor sobre os povos e a restauração de Israel (O Reinado Messiânico)

II - Visões
Deus entrega sua mensagem a Zacarias por meio de 8 visões. Cada visão traz uma simbologia significativa para a situação que Israel vivia naquela época, mas também para nós, a Igreja do Senhor.

1)  Visão do homem e dos cavalos: o cuidado vigilante de Deus. (1.14,16-17)
-  O Senhor será novamente misericordioso com Jerusalém. Deus não desistiu do Seu povo.
2)  Visão dos quatro chifres e dos quatro ferreiros: o julgamento de Deus, primeiro sobre Judá e depois sobre seus inimigos (1.21).
-  O Senhor é um Deus santo e “zeloso” e o Seu zelo não permite que a violação da Sua santidade fique impune. Ele promete punir a desobediência.
3)  Visão do homem com um cordel de medir: reconstrução de uma Jerusalém pós-exílica (2 sentidos).
-  Deus será um muro de proteção ao redor de Jerusalém (2.3-5). Essa Jerusalém atrairá as nações: “Naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao Senhor e serão o Meu povo...” (2.11)
4)  Visão da purificação de Josué: purificação do pecado para fazer a obra.
-  O Senhor repreender Satanás por acusar Josué, o qual estava com as vestes sujas. Deus manda um anjo trocar as vestes de Josué e lhe diz que se “andar nos caminhos do Senhor e observar (obedecer) as Suas ordenanças” terá um “lugar” na presença de Deus (3.7).
-  Deus é misericordioso. Ele nos perdoa e nos purifica, mas depende de nós o “permanecer” na presença dEle (obediência e submissão). E Zacarias já anuncia que, para nos purificar, Ele enviaria o Seu Servo o Renovo. Hoje todos têm a chance de serem purificados e usados pelo Senhor para obras tão grandes quanto a que estava nas mãos de Josué.
5)  Visão de um castiçal de ouro e lâmpadas de azeite: o Senhor dá forças a Israel pelo Seu Espírito.
-  Zorobabel, o líder, não deveria confiar em suas próprias forças, ou em riquezas, virtudes ou poder, mas no Espírito Santo. Mensagem bastante atual. Não podemos nos esquecer que a obra é do Senhor.
6)  A visão do rolo voador: o desonesto será amaldiçoado.
-  O rolo voador tinha 9m por 4,5 e representava a maldição que entraria na vida do desonesto (aquele que furta e que jura falsamente). Essa maldição consumiria a sua casa e tudo o que tem (“madeira e pedras”, 5.4). Como já dizia Ageu, “tesouros de impiedade” não rendem (Ag 6.10). Reter o dízimo é “roubar do Senhor” (Ml 3.8), é abrir as portas da casa para a maldição.
7)  Visão da mulher num efa: a santidade de Deus e remoção do pecado (fraqueza).
-  Deus promete remover a impiedade e mandá-la para Sinar (Babilônia, à época, foco mundial da idolatria e do pecado). Deus traria os judeus da Babilônia e o pecado deveria ser banido de Judá, para a Babilônia, para o lugar ao qual pertencia.
-  O Senhor se prontifica a tirar o pecado do meio do Seu povo. Uma interpretação atual dessa mensagem pode nos levar a refletir a respeito de como temos influenciado a obra do Senhor. A partir do momento que passamos a ser fonte de impiedade, ameaçando o andamento da obra, escandalizando outros irmãos, corremos o risco de sermos “cortados” da oliveira, pois a obra do Senhor não pode ser afetada. Devemos nos examinar constantemente e buscarmos o perdão do Senhor por meio do arrependimento sincero.
8) Visão dos quatro carros: o controle soberano de Deus sobre toda a terra (4 cantos)
-  Deus executará o Seu julgamento sobre todos os povos. As nações acreditam que não há nada que possa detê-las. O capitalismo e a globalização apenas reforçaram essa ideia de que não há limites para nada. Mas Deus é Aquele que tem o controle do tudo e no Seu tempo executará o juízo sobre as nações. Nós, a Igreja do Senhor, não precisamos temer como o mundo teme a cada nova ameaça mundial. Precisamos confiar em Deus e “andar no Seu caminho” para desfrutar de Sua proteção.

III - Questão do jejum:
O povo estava em dúvida sobre o jejum enquanto prática litúrgica. O Senhor responde que o que Ele quer é justiça e juízo e não formalidades religiosas vazias. O Senhor pergunta ao povo: “jejuastes vós para mim, mesmo para mim?” (7.5). Quando cumprimos uma liturgia de forma vazia, apenas como uma formalidade, buscamos apenas interesses pessoais (reconhecimento, justificação pessoal, etc.). Aqui vemos a mesma mensagem trazida por Miquéias (Mq 6.8).

IV - O Messias:
Josué é coroado (coroas) como rei e sacerdote, prefigurando a vinda do Messias que reinaria como rei e como sacerdote sobre todas as nações: não apenas uma liderança política, mas acima de tudo, uma liderança espiritual.

V - Mensagem escatológica:
            Zacarias profetiza anunciando que Deus promete libertar o Seu povo e restaurá-lo em sua prosperidade enviando o Messias. Deus promete abrir uma fonte inesgotável cujas águas purificam o pecado e a impureza. No entanto, Zacarias já profetiza que Israel rejeitaria o Pastor enviado por Deus. Dessa rejeição viria uma grande desolação: o povo passaria a ser guiado por “pastores perversos” (11.5). Mas Deus promete executar o Seus juízo sobre o “pastor inútil”: “Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho; a espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; o seu braço completamente se secará (perde a força), e o seu olho direito completamente se escurecerá (perde a ‘visão)” (11.17).
            Deus promete, ainda assim, libertar o Seu povo novamente. Quando o Messias descer sobre o Monte das Oliveiras, eles se lamentarão por terem traspassado o Bom Pastor. Ele restaurará a Sião (Jerusalém) e de lá governará sobre toda a Terra (O Reinado Messiânico - o Milênio). “Israel estará plenamente restaurado, tanto nacional [política] quanto espiritualmente” (Revista CPAD, p.86). “Dez gentios se agarrarão à orla de um judeu” (8.23), ou seja, Israel será tão abençoado que os povos desejarão participar de Suas bênçãos, como Paulo aponta em Rm 11.12: “E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude”.

CONCLUSÃO

            Zacarias exortava o povo ao arrependimento pela negligência com que trataram a tarefa de reconstruir o Templo do Senhor. Por essa mesma mensagem, nós somos convidados a nos arrependermos pela falta de compromisso com que lidamos com o Templo de Deus nos dias atuais tanto o templo individual, quanto o templo corporativo. Somos convidados a nos oferecermos para uma obra de restauração e purificação. A força para realizar essa obra não vem de nós mesmos, de nossa virtude ou influência, mas do Espírito Santo. Onde buscar essa força? Na fonte de purificação que está aberta, cujo acesso só depende de um arrependimento sincero e não de formalidades religiosas vazias de significado.
            Quando vivemos em harmonia com os propósitos de Deus, entendemos que Ele está no controle da nossa vida e no governo de toda a terra. Podemos nos dedicar à evangelização, nos empenhar para algo “feito como as nossas mãos” possa ser oferecido ao Senhor quando “muitas nações se ajuntarem a Ele” (2.11). Como profetizado por Isaías:

“E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por presente ao Senhor, sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor, como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à Casa do Senhor.” (Is 66.20)

Lorena Brandizzi
Dezembro de 2012
REFERÊNCIAS:

Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD

MIQUÉIAS: A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA





INTRODUÇÃO 

         O que é um rito? De acordo com o comentarista da lição, rito é “o conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé”. No livro de Miquéias, percebemos que o povo de Deus parecia cumprir os rituais exigidos pela Lei (e a até o que a lei não exigia). O povo, no entanto, não compreendia a essência da Lei. Suas ações eram mecânicas e cumpridas como “simples obrigações religiosas”.
         O livro de Miquéias nos mostra a indignação do Senhor com relação ao seu povo e também nos revela os motivos dessa indignação. Na figura de um tribunal, Deus é aquele que denuncia, testemunha e julga o seu povo. Ao mesmo tempo em que se senta no banco dos réus e convida seu povo a testemunhar contra Ele, dizer o que Ele teria feito de errado para que se afastasse dele daquele forma. Ele é também o advogado, aquele que defende os que se arrependem de forma sincera.
         Por meio dessa lição poderemos compreender:

-  Onde foi que o povo errou?
-  O que Deus esperava do Seu povo?
-  A ira inevitável de Deus para os rebeldes.
-  A compaixão inigualável de Deus para os que se arrependem.

         Além disso, veremos que tais ensinamentos são bastante atuais. As profecias se dirigem a Israel e a Judá, mas também a todas as nações, em todos os tempos. Uma prova disso é o fato de que Miquéias profetizou o advento do Messias e a libertação que Ele operaria sobre todos os povos. Tal promessa se cumpre todos os dias, na Igreja do Senhor.

DESENVOLVIMENTO

O profeta Miquéias
-  Contemporâneo de Isaías e Oséias (séc. VIII a.C);
-  Ministério: Reino do Sul (Judá). Mas suas profecias são também para Samaria e para todas as nações. Entre os anos de 735 a.C. e 710 a.C. (Jr. 26.18) - Reinado de Ezequias;
-  Viveu nos reinados dos reis Jotão (740-731 a.C.), Acaz (731-716 a.C) e Ezequias (716-686 a.C);
-  Origem: Moresete-Gate (a 32 km de Jerusalém);
-  Mi (“quem”) que (“como”) ias (“Jeová”): “Quem, ó Deus, é semelhante a Ti?”;
-  Estilo poético;
- Tema do livro: “a incomparável compaixão do Senhor”[1].

Denúncia
“Qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria?
-  Samaria, a capital de Israel (reino do Norte) era responsável pela transgressão do povo. Sua influência levou ao aumento da idolatria e do pecado no Reino do Sul (1.9).
“E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém?”
-  Jerusalém, a capital de Judá (reino do Sul) era responsável pelos altos, pela idolatria de Judá.

Somos responsáveis por nosso pecados, mas também somos responsáveis por nossos irmãos. Não devemos levar o irmão a pecar. “... É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!” (Lc 17.1)

Como nasce o pecado?
“Ai daquele que:
1)   “intenta”, deseja a iniquidade “à noite” (dá lugar a maus intentos);
2)   maquina o mal (premeditação);
3)   pratica o pecado “à luz da alva” (põe em prática o pecado planejado e escandaliza os outros)

Que pecados o povo cometeu?
-      cobiças, roubos, violência (2.1,2)
-      falsas profecias - espírito de falsidade e mentira (2.11)
-      liderança corrompida - canibais (3.1-3)
-      profetas que fazem errar o povo (3.5)
-      perversão do que é direito - “nada a ver” (3.9)
-      chefes que dão sentenças por presentes
“se encostam ao Senhor” (3.11)
-      sacerdotes que ensinam por interesse
-      profetas que advinham por dinheiro
-      sacrifícios o ofertas sem arrependimento, até sacrifícios humanos (6.6,7)
-      “tesouros de impiedade” – coisas adquiridas de forma errada (6.10)
-      injustiça no proceder – “efa pequeno”, “balanças enganosas” (6.10,11)
-      mentira (6.12)
-      andar nos caminhos dos ímpios (6.16)
-      divisões dentro do lar (7.6)

A figura de um tribunal: o Senhor é quem:
-  denuncia (não “acusa”) e testemunha: nada é oculto aos olhos do Senhor. O povo pensava que se mantivesse as aparências (os ritos), o Senhor ignoraria seus pecados.
-  julga: só ao Senhor cabe julgar. (Tg 4.12)
-  defende: (I Jo 2.1) ele advoga a causa daquele que (7.9):
1)     assume o seu pecado e se arrepende (“pequei contra Ele”)
2)     deseja levantar-se e deixar o pecado (“levantar-me-ei”)
3)     busca o perdão do Senhor (“o meu Deus me ouvirá”)
4)     aceita o julgamento de Deus, o tratamento que Ele lhe impuser (“sofrerei a ira do Senhor”)
5)     espera o tempo de Deus (“até que julgue a minha causa”, “esperarei no Senhor”)

O que Deus espera do seu povo?
- honestidade em tudo (Deus se importa com os detalhes)
- fidelidade e beneficência (compaixão Mt 5.7)
- compromisso de submeter-se a Deus (depender totalmente dEle, humildade)
(Dt 10.12,13; Is 1.15-17; Mt 12.7; Mt 23.23; Tg 1.27)

“Os três preceitos – praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus – são considerados pela tradição judaica, desde o século I a.C., o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés. (...) Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal [I Jo 3.16] com o nossos próximo; e o terceiro, do  compromisso vertical [I Jo 4.21] com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).”[2]

Qual o problema com os sacrifícios (ritos)?
“Nada é aceitável a menos que a pessoa esteja em um relacionamento adequado com Deus e com o próximo.”[3]
- Os sacrifícios oferecidos pelo povo na época de Miquéias eram como “indulgências”, como se estivessem pagando uma taxa para poderem permanecer em seus pecados. Não há valor em sacrifícios e ofertas, liturgias e ritos praticados sem um coração comprometido com Deus. “Milhares de carneiros”, “ribeiros de azeite”, “o próprio filho”, um carro, meu salario inteiro, cânticos vazios de adoração, são inúteis e apenas irritam ao Senhor, quando não há obediência.

“Agora, pois, ó Israel, que é o que o Senhor, teu Deus, pede de ti, senão que temas o Senhor, teu Deus, e que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma, para guardares os mandamentos [obedecer] do Senhor e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?” (Dt 10.12-13)

“Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido (...)” (Is 1.15-17)

Profecias do cativeiro babilônico
- Antes mesmo que a Babilônia se tornasse um poder mundial.
- Cativeiro (escravidão): julgamento de Deus contra a rebelião e a idolatria do povo.
- Samaria influenciou maleficamente Judá: muitos altos foram construídos (idolatria dos cananeus em disputa com a verdadeira adoração)
- Esperança: um “restante” seria restaurado. Dois sentidos: restauração do cativeiro e/ou restauração espiritual de muitos povos ( a Igreja)
- Compaixão: “Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade e que te esqueces da rebelião do restante da Tua herança” (7.8)

Promessas de Esperança
- Miquéias profetizou o nascimento do Messias em Belém de Efrata, que na época era um cidade pequena e desconhecida.
- Sua profecia apresentava seis aspectos do Messias (Mq 5.4,5)
1) humanidade: ele teria “o Seu Deus”;
2) divindade: ele compartilha a “excelência do nome do Senhor” e suas “origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”;
3) pastoreado do povo (liderança, proteção e direcionamento);
4) unção: “na força do Senhor”;
5) domínio universal;
6) liderança de um reino de paz.
- O Messias é libertador físico e espiritual que trará (já trouxe para a Igreja do Senhor) a paz para o seu povo.

CONCLUSÃO

            Miquéias apresenta o Senhor como um Deus que se compadece do Seu povo, que não só perdoa a iniquidade, como a esquece por completo (Mq 7.19). É impossível retirar algo do fundo do mar. No entanto, nós, muitas vezes, seguramos nossos próprios pecados e não deixamos que o Senhor os lance no mar do esquecimento. Fazemos isso quando não deixamos a prática pecaminosa, quando “acalentamos o pecado em nosso coração” (Sl 66.18, NVI; o que é acalentar?). Quando fazemos isso, o Senhor não nos ouve (Mq 3.4). Mas quando declaramos com nossos próprios lábios que caímos, que pecamos contra o Senhor, mas nos arrependemos e buscamos a Sua face, aí poderemos experimentar a compaixão de Deus (7.8 cf 7.18). Ele vai executar o Seu juízo e devemos aceitá-lo e esperar com paciência. Durante a espera, cabe a nós obedecer, ser íntegros por dentro e por fora e não oferecer sacrifícios vazios.

“É melhor obedecer a Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas”
(I Sm 15.22, NTLH)
Lorena Brandizzi



[1] Bíblia de Estudo Plenitude
[2] SOARES, Esequias. Lições Bíblicas, 4o trimester de 2012, lição 7, pg. 51.
[3] Bíblia de Estudo Plenitude

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