terça-feira, 6 de abril de 2010

A Coreografia na Igreja



A coreografia no meio cristão deve ser entendida como uma forma de adorar a Deus, de alegrar-se diante de sua presença, de prostrar-se diante de sua grandeza e oferecer a Ele tudo o que temos e somos. No Antigo Testamento, a palavra hebraica traduzida como “adoração” é “shachah” e no Novo Testamento, o vocábulo grego com a mesma tradução é “proskuneo”. Tanto no grego quanto no hebraico, o significado expresso, segundo Mac Dominick, é “prostrar-se em humilde homenagem”. A coreografia tem sido intitulada como “dança profética” por muitas pessoas. A Palavra de Deus não apresenta embasamento para tal denominação. Segundo Teóphilo Noturno, “nas 22 vezes em que a dança é mencionada em toda a Bíblia, não há referência alguma a esta ‘modalidade’ de dança”. Quando Miriã, juntamente como outras mulheres adorou ao Senhor, ela fez uso da dança e da música para louvar a Deus por Seus feitos (Ex 15.20,21). Não está registrado que sua dança tenha sido uma forma de profecia, apenas lê-se que “Miriã, a profetisa... e todas as mulheres” dançaram em louvor a Deus. Deve-se tomar cuidado para que a Palavra de Deus não seja desvirtuada para sustentação de conceitos pessoais. A adoração por meio de coreografias pode ser um instrumento de proclamação do Evangelho desde que orientada e direcionada pelo Senhor.

Em primeiro lugar, deve-se compreender que a dança à qual a Bíblia faz referência não se compara ao que vemos nos dias atuais, em ambientes mundanos. Antes de passarmos a fazer uso deste termo, devemos deixar claro que se trata de uma atividade pura aos olhos do Senhor, desprovida de lascívia e exibicionismo. Uma atividade espontânea, que brota da alma do servo de Deus inclinado para tal modalidade de adoração. Nem todos se sentem e nem todos são aptos para participar de coreografias. Doravante, faremos uso da palavra dança dentro dos limites acima estabelecidos.

A dança é uma das formas de expressar gratidão a Deus, de louvá-lO, de adorá-lO. Quando compreendemos a adoração como uma forma de honrar a Deus humildemente, prostrando-se diante de Sua magnificência, entendemos que qualquer forma de adoração deve estar revestida de humildade, reverência e submissão. Nada que se faça com o objetivo de adorar a Deus deve ser feito para o homem, com vistas ao reconhecimento terreno ou à admiração de uma platéia. É claro que a coreografia, como já dissemos, pode ser um poderoso instrumento de divulgação do evangelho, basta citar aquelas apresentações em que determinadas situações da Bíblia ou do dia-a-dia são encenadas musicalmente por meio da dança. Mas isso só é possível quando há submissão ao direcionamento do Senhor e preparação para adorá-lo integralmente.


A BUSCA DE UM PROPÓSITO

O líder do grupo de coreografias de uma Igreja deve buscar sempre a orientação divina, sempre consagrando sua vida para que não surjam brechas. Ele deve saber o que dizer quando for inquirido a respeito daquilo que faz para o Senhor (Hb 2.1). Deve ter uma “visão” que responda às seguintes perguntas:

1) O que é dançar?

2) O que a dança representa na Igreja? X O que ela representa no mundo?

3) Qual o seu propósito ao dançar?

Uma definição básica e objetiva para o ato de dançar é mover-se, movimentar os membros, saltar, girar e até mesmo fazer uso de variadas expressões faciais (pantomima). A questão é: qual o objetivo de um grupo de dança dentro da Igreja? Já aprendemos que a coreografia é uma forma de adorar a Deus e que pode ser um instrumento de evangelização. Entretanto, cada Igreja tem suas características individuais, assim como cada equipe de dança. Por tal motivo faz-se necessário que o líder busque do Senhor uma visão com bases bíblicas, nada que se afaste da Palavra de Deus, por mais “bonito”, “nobre” ou eficaz que possa parecer. Buscar uma visão do Senhor é ansiar e procurar receber dEle um propósito, uma missão a seguir. Uma missão que deverá ser cumprida integralmente. Noé recebeu do Senhor uma missão. Deus lhe deu orientações específicas quanto ao que deveria executar e ele cumpriu cada uma delas (Gn 6.13-22). Um contra-exemplo é a figura de Saul: ele desobedeceu à ordem de Deus quanto a não poupar a vida de nenhum amalequita e nem de seus animais (I Sm 15.1-35). Ele manteve vivos o rei daquele povo e seu rebanho e ainda tentou revestir seu erro de boas intenções ao afirmar que os animais seriam sacrificados ao Senhor. O Senhor deseja que sejamos obedientes às suas orientações e não que procuremos justificativas para erros motivados por inclinações pessoais. Dessa forma, o líder deve buscar no Senhor as orientações para a criação e execução de coreografias e obedecer à risca as ordens divinas.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS À DANÇA

Podemos encontrar diversas passagens da Bíblia em que se faz referência à dança, ora como forma de adoração, de regozijo, de celebração, entre outros. Abaixo estão transcritas algumas delas:

Dança como forma de expressar alegria:
“Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus tamboris, e sairás nas danças dos que se alegram.” (Jr 31.4)

“Então a virgem se alegrará na dança, como também os jovens e os velhos juntamente; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e lhes darei alegria em lugar de tristeza.” (Jr 31.13)

“Cessou o gozo de nosso coração; converteu-se em lamentação a nossa dança.” (Lm 5.15)

“E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.” (Lc 15.25, 31-32)

OBS.: Aqui é Jesus quem faz referência às danças como uma forma de expressão da alegria do Pai pelo retorno do filho que se encontrava afastado de Sua comunhão. “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende” (Lc 15.7).

Dança como recepção dos combatentes vitoriosos:

“Vindo, pois, Jefté a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela a única filha; não tinha ele outro filho nem filha.” (Jz 11.34)

“Sucedeu, porém, que, vindo eles, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com adufes, com alegria, e com instrumentos de música. E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares.” (I Sm 18.6,7)

Dança como forma de expressar gratidão ao Senhor pela vitória:

“Então Miriã, a profetiza, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou; e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro.” (Ex 15.20,21)

Dança como forma de louvar ao Senhor:

“Louvem o seu nome com flautas (danças); cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.” (Sl 149.3)

Dança de Procissão, Escalada ou Entrada:

“E Davi saltava com todas as suas forças diante do SENHOR; e estava Davi cingido de um éfode de linho. Assim subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do SENHOR, com júbilo, e ao som das trombetas. E sucedeu que, entrando a arca do SENHOR na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo ao rei Davi, que ia bailando e saltando diante do SENHOR, o desprezou no seu coração (...). E, voltando Davi para abençoar a sua casa, Mical, a filha de Saul, saiu a encontrar-se com Davi, e disse: Quão honrado foi o rei de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo se descobre qualquer dos vadios.” (II Sm 6.14-16, 20)

OBS.: “Tal alegria (lit. “rodopio”, “movimento giratório”) acompanhava todas as grandes vitórias. Em qualquer outra situação somente as mulheres são mencionadas como dançando, nunca os homens e certamente não o rei. Isso explica em parte o embaraço de Mical (v. 16), embora sua atitude seja evidentemente de desprezo.” (Comentário a II SM 6.14, Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001)

Vale ressaltar que Davi “saltava (...) diante do Senhor”, “ia bailando e saltando diante do Senhor”. Todos os seus movimentos estavam sendo ofertados ao Senhor. Devemos sempre avaliar se determinada coreografia é adequada para ser apresentada “diante do Senhor”. Devemos também sempre avaliar o estado do nosso coração quando ofertarmos algo ao Senhor (Mt 5.23-25). Faz-se necessário um arrependimento genuíno e uma entrega total para nossa adoração chegue ao Senhor. E há situações em que é preciso conversar com o pastor da Igreja para que ele avalie com base na Palavra de Deus se a pessoa está ou não em condições de participar de uma coreografia.

Costume da época:

“E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes? São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros, e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes.” (Lc 7.31,32)

OBS.: Aqui temos uma demonstração de que a dança fazia parte dos costumes daquele povo estando presente até nas brincadeiras infantis.

O perigo da falta de santificação
Deve-se ressaltar que a dança, na Antiguidade, assim como nos dias atuais, também era usada de forma inadequada. Um exemplo foi a dança da filha de Herodias diante de Herodes, uma dança que resultou na morte de João Batista.

“Entrou a filha da mesma Herodias, e dançou, e agradou a Herodes e aos que estavam com ele à mesa. Disse então o rei à menina: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, até metade do meu reino. E, saindo ela, perguntou a sua mãe: Que pedirei? E ela disse: A cabeça de João o Batista. E, entrando logo, apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a cabeça de João o Batista.” (Mc 6.22-25)

Havia também danças pagãs como a da ocasião do bezerro de ouro

“E aconteceu que, chegando Moisés ao arraial, e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe o furor, e arremessou as tábuas das suas mãos, e quebrou-as ao pé do monte.” (Ex 32.19)

Se determinada pessoa participa de uma coreografia mesmo estando em pecado, ela abre brechas para o inimigo agir, tanto em sua vida, como por meio de sua vida: primeiro porque correrá o risco de fazer movimentos inadequados, já que não está em comunhão com o Senhor e, segundo, porque a unidade do grupo estará quebrada.

Por tais motivos, o servo do Senhor deve buscar sempre a santificação, pois essa é a vontade de Deus para a vida daqueles que O servem (I Ts 4.3,7; I Pe 1.15,16). Aqueles que desejam adorar ao Senhor com coreografias devem ser zelosos na busca pela santificação, pois suas vidas estarão expostas diante dos olhos da Igreja, assim como já estão aos olhos do Pai. A seguir vemos cinco motivos para buscarmos a santificação (texto de Natália Xavier com adaptações):

“Por que se santificar?

1º Motivo: porque o próprio Deus é santo: “Porque eu sou o SENHOR vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11:44). E esta é a vontade de Deus para nossas vidas. Ele ainda quer um povo santo: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (I Ts 4:3-7).

2º Motivo: para entrar na presença do Senhor e vê-lo face a face. Desde a criação, Deus quis um relacionamento especial com o homem, queria que fosse santo assim como Ele o é. Mas o homem pecou se afastando de Deus, que sempre procurou levá-lo a um reencontro com Ele. Agora, o homem só pode estar em sua presença, se estiver limpo do pecado, como está escrito: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

3º Motivo: para sermos vasos de honra perante o Senhor, restaurados e limpos: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra” (II Timóteo 2.21). E sermos usados como canais de bênçãos: “Disse Josué também ao povo: Santificai-vos hoje, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós” (Js 3.5).

4º Motivo: para que o Senhor aceite nossa adoração como perfume suave. O pecado nos separa de Deus (Is 59:2), isso porque Deus possui um caráter santo e abomina o pecado. A dança, se manchada pelo pecado, e sem o devido arrependimento, torna-se algo desagradável ao Senhor, Ele a rejeita. Tudo não passará de uma dancinha, pois a benção vem somente quando o crente está ligado a Deus. Se estiver em pecado, está na carne: Deus não recebe e ninguém será abençoado: “retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade” (Hb 12:28b).

5º Motivo: para não envergonharmos o evangelho de Cristo. Devemos fazer a obra do Senhor com seriedade. Um exemplo bíblico, é Hofni e Finéias, que não se importavam com o Senhor (I Sm 2:12), desrespeitavam Sua oferta (I Sm 2:14, 17) e ainda viviam uma vida devassa. O sacerdote Eli encobriu os filhos ao não corrigi-los (I Sm 2:22). Toda sua família foi punida e seus filhos mortos (I Sm 2:30-34), por desrespeitarem a obra de Deus… Antes de Jesus, os sacerdotes tinham de se purificar por dias, para entrarem na Tenda. Amarravam uma corda na perna (caso acontecesse alguma tragédia, poderiam puxar o seu cadáver pela corda) e grudavam sininhos na roupa, para saberem que estavam bem… Usavam incenso para agradar ao Senhor com o aroma (...); e a fumaça servia pra encobrir a glória de Deus, pois homem nenhum era digno de vê-la. E tudo devia ser feito rápido… Hoje, pelo sangue de Jesus, podemos adentrar o véu, mas a seriedade é a mesma, pois Deus não muda.”




A santificação deve ocorrer em todas as áreas da nossa vida: espírito, alma e corpo (I Ts 5.23). Santificamos o espírito:

- não amando o mundo, nem o que nele há (I Jo 2.15);

- deixando todo engano e agindo com retidão (Sl 101.2);

- pensando nas coisas que são de cima (Cl 3.1-2);

- lendo e meditando na Palavra de Deus (Sl 119.15)

Santificamos a alma:

- mantendo a mente, os pensamentos, os sentimentos e as emoções sob controle (Hb 12.15; I Pe 1.22);

- com mudança de valores;

- aderindo ao Fruto do Espírito (Gl 5.22);

Santificamos o corpo:

- não sujeitando-nos à carne (I Co 9.27);

- guardando-nos da imoralidade (I Ts 4.3-4; I Co 6.13, 19-20);

- usando adequadamente os membros do corpo;

- não exibir-se com roupas insinuantes ou transformar seu corpo em um atrativo;

- cuidando da forma como se fala e se veste (Ef 4.25,29).



VESTES

Quanto às vestes a serem utilizadas durante as apresentações de coreografias, segue-se abaixo o texto de Gisela Matos (Dança pelas Nações) quanto às vestes ministeriais (texto com adaptações):



“Vestes MinisteriaisParte inferior do formulário



“Segundo tudo o que Eu te mostrar para o modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis assim mesmo o fareis” (Êxodo 25.9).

1. Puras. “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” (Ec 9.8)

Suas vestes devem ser alvas, ou seja, puras. A roupa de um ministro não pode ser sensual, principalmente a das irmãs; cuidado com os decotes, transparências, marcas (roupas justas, além de marcarem o corpo, impedem os movimentos). Façam roupas decentes, mas não só na hora de ministrar, suas vestes devem ser puras principalmente quando você não está ministrando. As pessoas observam seu testemunho e Deus se entristece quando você age de uma forma na igreja e de outra fora da igreja, como se Deus não estivesse vendo você em todos os momentos e isso é um erro grave nas equipes, um erro que precisamos concertar.

2. Essas vestes não são suas, são de Deus e para Deus. “Vestirá ele a túnica santa de linho, e terá ceroulas de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com um cinto de linho, e se cobrirá com uma mitra de linho; estas são vestes santas; por isso banhará a sua carne na água, e as vestirá.” (Lv. 16.4)

Podemos observar nesse texto que a veste do sacerdote era algo sagrado mesmo, usada em momentos específicos. No caso citado acima, era uma ocasião extremamente importante, o Dia da Expiação, o dia mais santo no calendário do Antigo Testamento. O Dia da expiação começava com o sacerdote se banhando e se vestindo. Sabe, quando você entender que tudo o que você tem é de Deus, e você é apenas um mordomo, você não terá nenhum problema em semear, em seguir as direções que Deus vai te dar. Muitas pessoas pagam por suas roupas nos ministérios e depois se acham donas delas. “Eu ofertei, eu controlo!” Ungem a roupa, consagram a Deus, mas percebo que em alguns é tudo da boca para fora, no momento em que o líder tem uma direção para que outro da mesma equipe use a roupa, ou até mesmo de outra equipe, a pessoa logo se manifesta dizendo: “Eu que paguei essa roupa, ninguém toca”.

Em nosso ministério, e na maioria dos ministérios das igrejas, as próprias pessoas confeccionam suas roupas, e sei que não é fácil nem barato, mas sempre, desde o começo aprendemos o princípio de ofertar, de entender que essa veste, acima de tudo, é para adorar ao Senhor! Não para que as pessoas vejam algo em nós, mas que a presença de Deus seja manifesta!

3. Deus quer te vestir com vestes de louvor. “Tornaste o meu pranto em folguedo; desataste o meu pano de saco, e me cingiste de alegria.” (Sl 30.11)

Deus quer vestir o nosso coração com vestes de louvor. Por mais bonitas que sejam as suas vestes, se o seu coração estiver triste, com rancor, amargura, a adoração não vai fluir; as vestes só complementam aquilo que está fluindo de dentro de você e uma roupa bonita não vai conseguir esconder as suas iniqüidades.

E quando nós recebemos de Deus as vestes de louvor, mesmo quando estamos passando por alguma situação difícil, podemos dançar em Sua presença, pois confiamos que Deus é quem nos dá a vitória.

4. As vestes falam de nossa identidade ministerial: “Depois tomarás as vestes, e vestirás a Arão da túnica e do manto do éfode, e do éfode, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode.” (Êx 29.5)

Outro ponto importante que as pessoas sempre nos perguntam é: “Como é o processo de confecção das vestes, a criação, quem desenha, quem borda…?” Bem não há segredo, nem uma fórmula, o que sempre falo é que você deve abrir seu coração, peça a Deus e com certeza Ele vai te mostrar vestes maravilhosas também.

Muitas pessoas falam comigo, que querem, mas na verdade muitas vezes sinto que as pessoas querem algo pronto, não querem pagar um preço e preferem realmente ficar pesquisando o que as outras pessoas estão fazendo, modificam um pouco, e já ficam satisfeitas. Lógico que podemos, sim, aproveitar uma idéia, mas sempre buscando em Deus o que Ele deseja para nós (...).

5. E a questão financeira, como fica? Gostaria que em primeiro lugar você avaliasse como estão sendo as suas ofertas, você quer o melhor, então dê o seu melhor. Queremos que as pessoas sejam tocadas para ofertarem, mas muitas vezes nós mesmos não ofertamos. “Se você não acredita no que faz, e não investe nisso, como você quer que os outros acreditem e invistam?”.

Outro ponto importante é não ofertar nada se você quer ter o controle sobre o que ofertou. “Bem, eu ofertei, então deve ser feito da forma como eu quero...”. Não faça isso. Precisamos entender que é um privilégio ofertar na casa de Deus, não um peso. Não faça por obrigação e sim por amor.

Eu me lembro de quando eu estava no congresso “Nas Alturas”. Deus me direcionou a usar uma roupa como de princesa, e eu na época não tinha roupas assim, então procurei uma pessoa que havia conhecido pelo telefone uma semana antes. Ela ainda não me conhecia pessoalmente, mas quando eu expliquei, ela me disse que Deus testificou em seu coração, então ela e a outra líder de sua equipe me levaram para a casa dela, abriram o guarda-roupa onde estavam os seus vestidos e me disseram: “Escolha o que você quiser!” Eu fiquei assustada, porque um vestido era mais bonito que o outro, mas o que realmente me impressionou é que elas me ofereceram o que tinham de melhor, e ainda me maquiaram, me pentearam, colocaram em minha cabeça uma tiara linda. Depois eu descobri que elas nunca haviam emprestado nenhuma veste para ninguém e só me emprestaram porque Deus realmente testificou em seus corações. Depois disso nos tornamos grandes amigas. Tenho muito a agradecer, pois Deus as usou para me ensinar muitas coisas, ministraram sobre minha vida que Deus iria abrir as portas, e profetizaram outras coisas que realmente aconteceram. Levaram-me em seus ensaios, e deram para mim o que elas tinham de melhor e eu agradeço a Deus o dia em que Ele as colocou em meu caminho. Eu vejo como Deus honra o trabalho delas, como supre todas as suas necessidades. Que tal fazer isso em sua equipe, marque um dia, para que todos tragam algo para semear uns nas vidas dos outros, e você verá como Deus vai tratar com cada um deles (...).”

CONCLUSÃO:
Diante de tudo o que aqui foi exposto conclui-se que o uso de coreografias no seio da Igreja deve ser uma prática espontânea e esporádica. Não se deve esperar que todas as pessoas se expressem da mesma forma diante do Senhor. O exemplo de Mical nos mostra o quanto é perigoso condenar a forma como as pessoas adoram a Deus só pelo fato de que não o fazemos da mesma forma. É claro que devemos ter discernimento espiritual e conhecimento para evitar atitudes e posturas contrárias à Palavra de Deus.

Conclui-se também que a equipe responsável pela preparação e apresentação de coreografias na Igreja deve buscar sempre a santificação para que suas vidas e seu trabalho sejam instrumentos poderosos na mão do Senhor, aptos “para toda a boa obra” (II Tm 2.21).

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